Apesar de parecer, este não é um texto para falar sobre como as crianças testam os limites que os adultos lhes impõe, mas sim sobre como elas exploram o seu próprio corpo indo cada vez mais longe nas dimensões que o mundo lhe coloca. Vou explicar melhor esta frase a seguir.
O mundo possui diversos limites, como altos muros, longas estradas, objetos pesados e por aí vai. As crianças, ao entrarem em contato com este mundão gigante que as cerca, propõe-se o tempo todo a explorarem o mais alto que podem pular ou escalar, o mais rápido que podem correr ou mesmo o peso mais pesado que podem carregar.
Estes movimentos executados pelas crianças são realizados através de uma coordenação física e corporal denominada como coordenação proprioceptiva. Nela, a criança entra em contato com seu próprio equilíbrio, sua força, reflexo, resistência, agilidade, etc. Estas coordenações fazem com que a criança perceba o mundo à sua volta e se coloque diante deste mundo de maneira a descobrir os seus limites tanto para mais como para menos, trazendo a elas a dimensão do tamanho e das possibilidades que o mundo pode lhes oferecer.
A partir desta exploração as crianças estabelecem contato com o ambiente e aprendem o que elas dão conta ou mesmo não dão conta de realizar ou executar, sendo que o mundo é praticamente infinito em possibilidades e seu corpo é finito em suas capacidades. E aqui vai uma dica valiosa para a evolução e desenvolvimento das crianças: não apresse essa exploração. Se a criança não consegue subir ao topo de uma árvore, deixe que ela vá subindo aos poucos ao longo de sua idade e da passagem do tempo, fazendo com que ela aprenda a ter paciência na sua exploração e a percepção de que a evolução é lenta e processual.
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